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sábado, novembro 2, 2024
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Horário de última refeição do dia pode aumentar risco de câncer, revela estudo

Um estudo feito pelo Instituto de Saúde Global de Barcelona apontou que o horário da última refeição pode alterar significativamente os riscos de uma pessoa desenvolver câncer de próstata ou de mama. As descobertas sugerem que comer antes das 21h ou deixar pelo menos um intervalo de duas horas entre o jantar e a hora de dormir pode reduzir o risco de cada câncer em 20%.

A pesquisa analisou o comportamento alimentar e de sono de 621 homens diagnosticados com câncer de próstata e 1205 mulheres com câncer de mama. O estudo destaca que foram excluídos casos de pessoas que fazem trabalho noturno, que, de acordo com análises anteriores, já estão naturalmente ligadas ao maior risco de desenvolver uma das doenças.

Em uma análise mais aprofundada, com o ajuste feito considerando todos os fatores que influenciam o risco de câncer, os resultados mostraram que indivíduos que jantavam antes das 21 horas ou pelo menos duas horas antes de dormir tinham um risco 26 vezes menor de desenvolver câncer de próstata e um risco 16% menor para o câncer de mama, em comparação com aqueles que comiam depois das 22h ou dormiam logo após a refeição.

O médico Manolis Kogevinas, que liderou o estudo, disse que os resultados destacaram a importância dos ritmos circadianos (mudanças regulares dos estados mentais e físicos ao longo de um período de um dia completo) em estudos sobre dieta e câncer. Segundo o autor, caso sejam confirmados, os resultados podem ter implicações nas recomendações sobre prevenção de câncer.

“O impacto pode ser especialmente importante em culturas como as do sul da Europa, onde as pessoas jantam tarde”, observou Kogevinas.

Estudos anteriores já apontavam para a importância de se adequar a padrões alimentares diários e prolongar o tempo entre a última refeição e o sono. Em outros estudos epidemiológicos, a interrupção do ritmo circadiano já havia sido considerada fator de risco para câncer de próstata, mama, colo, fígado, pâncreas, ovário e pulmão.

Segundo a revista científica “Nature”, as interrupções nesse ritmo “causadas por fatores de risco ambientais, genéticos e patológicos promovem o início e a progressão do câncer”. Em pesquisas anteriores, os cientistas conseguiram identificar diversos mecanismos que apontam o efeito da dieta no ritmo circadiano.

Por Agência O Globo

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