Em novo artigo publicado na revista Nature, cientistas descreveram a descoberta de uma promissora vacina contra o câncer, capaz de driblar as possíveis defesas de tumores, em relação a ataques do sistema imunológico. O imunizante já foi testado em camundongos e macacos.
Basicamente, o tumor é um acúmulo de células que não morrem quando deveriam, e por enquanto, a maioria das vacinas contra o câncer disponíveis na medicina são concentradas nas proteínas presentes na superfície do tumor. O que acontece é que o principal objetivo (fazer com que os antígenos estimulem resposta imune) é muito subjetivo e varia de paciente a paciente, por isso a fórmula costuma ser personalizada.
Isso impede que a vacina contra o câncer seja apenas uma fórmula para todos, como é o caso da covid-19, por exemplo. A proposta desse novo imunizante é facilitar um “ataque duplo” de células T e células NK (natural killers, no original, ou exterminadoras naturais, em tradução livre), que são “a linha de frente” da defesa de nossos corpos.
Com isso, o imunizante promete evitar que o tumor escape, ao aumentar a quantidade de proteínas que aparecem na superfície. Embora a vacina ainda não tenha sido testada em humanos, os pesquisadores descrevem notável eficácia e segurança nos animais que receberam as doses.
Outra ideia por trás do desenvolvimento da vacina é impedir a metástase, ou seja, quando o câncer se espalha pelo organismo e alcançar outras partes do corpo além de seu local de origem. O National Cancer Institute aponta que as metástases podem crescer diretamente no tecido ao redor do tumor, viajar através da corrente sanguínea ou até mesmo migrar através do sistema linfático.
Com resultados pré-clínicos tão promissores, o próximo passo é testar a vacina contra câncer em pacientes humanos já diagnosticados com a condição, e segundo os responsáveis, um primeiro ensaio clínico em humanos já está sendo planejado.
Fonte: Nature via IFL Science; National Cancer Institute; canaltech