O diagnóstico de câncer costuma ser apavorante. Chegar a estágios muito avançados, então, é considerado uma sentença de morte.
Esse não foi o caso de três internautas que compartilharam sua histórias pelo Twitter na última semana. Um dos relatos foi tão comovente que chegou a 132 mil curtidas.
Conheça a história desses três sobreviventes a seguir.
Reviravoltas da vida
Dores e dificuldade para andar foram alguns dos sintomas que chamaram a atenção de Marcondes Aguiar, 31 anos, estudante de engenharia ambiental. Em 2017, após fazer uma radiografia, constatou-se logo a presença de nódulos em seus pulmões.
A saúde do estudante se deteriorou após a cirurgia para remoção de testículos. Certo dia, conta ele, precisou ser socorrido às pressas devido a um edema pulmonar e quase não saiu do hospital com vida.
Marcondes iniciou uma quimioterapia chamada VIP. O tratamento, intenso, o deixou debilitado.
“Passei 11 dias na UTI, a única pessoa acordada e consciente lá dentro. Eu vi de tudo em relação a a intercorrências e mortes, sabe. Foi bem um momento muito transformador pra mim”, conta.
Ele conta que, anteriormente, havia perdido a mãe devido a um câncer de mama. Com a mãe, aprendeu a lutar e ser forte, diz.
“Quando os médicos me deram diagnóstico pensei: ‘Vamos nessa. Tem chance de viver, então vamos fazer’. Se tiver um por cento de chance, eu vou meter a cara”, conta Marcondes, que conseguiu se livrar do câncer. Ficou assustado ao sair da UTI, muito mais magro e debilitado, mas ainda assim conta que venceu. Atualmente, ele trabalha nos Estados Unidos, em Nova York, e estuda engenharia ambiental.
Viver para ser pai
William Rigon, de 32 anos, nunca desistiu do sonho de ter seu terceiro filho. Em 2017, o coordenador de transportes realizou uma cirurgia para a remoção de um tumor no testículo esquerdo. Foi na biópsia que entendeu a gravidade da situação, informado de que não poderia ter um filho com sua esposa.
Tratava-se de um tumor maligno raro. Havia metástase nos linfonodos em estágio avançado e com interações com rins, pâncreas, intestino e pulmão esquerdo.
“Logo depois da notícia, consultamos um oncologista. Eu tinha dois filhos de criação, Paula e Gabriel, e tinha o sonho de ter um terceiro filho com minha esposa. Mas o médico disse que era impossível, devido à gravidade do tratamento”, conta William.
Ele buscou uma segunda opinião médica, que passou o mesmo diagnóstico, de um câncer terminal. No entanto, relata, não pôde deixar de perguntar se a paternidade era possível. “E a resposta dele foi que para Deus nada é impossível”, diz. Ele passou a ficar otimista, “sabendo que iria vencer”.
“Porém em setembro de 2017, quase no final do ciclo, eu tinha um certo medo do resultado da nova tomografia. Ouvíamos diariamente no centro médico histórias de câncer que não reduziam, ou se agravavam”, relembra.
A esposa de William passou mal no dia seguinte e precisou fazer exames. Com os resultados, veio a surpresa: ela estava grávida. O tumor teve redução de 90% após 21 aplicações do tratamento.
“Quando consultei com o urologista, ele se espantou com a redução do tumor e pediu para tirar fotos da tomografia para compartilhar com sua equipe. Quando falei que minha esposa estava grávida, ele não acreditou e disse que só um milagre justificaria”, relata o coordenador de transportes.
Em janeiro de 2018, William realizou a tomografia que indicou a inexistência de células ou massa cancerígena. Desde então,faz acompanhamento a cada 6 meses, sem a presença de câncer.
Não falavam sobre cura
Nenhum dos médicos falava sobre cura com Fabianne Rezek, de 47 anos.
A publicitária foi erroneamente diagnosticada com mastite em 2014, na época com 39 anos. Apenas meses depois descobriu o câncer de mama, já em estado avançado.
Diagnosticada em São Paulo, ela optou por fazer o tratamento no município de Barretos.
“Minha primeira quimio foi lá em Barretos. Minha família estava em Campo Grande. Meu filho é especial, então eu tive que me mudar pra Barretos porque o trajeto era muito complicado, só de ônibus, muito demorado e cansativo. Fiquei em Barretos durante todo o meu tratamento sozinha”, relembra.
O câncer de Fabianne era agressivo. “Nenhum médico falava em cura”, conta.
“Eu assumi uma postura muito otimista durante o tratamento. Pensava em morte, é claro, até porque só conhecia pacientes, médicos e enfermeiros naquela cidade”, relata. Ela se voluntariou no hospital infantil da cidade durante o tratamento, o que a ajudou a levar tudo com um toque mais leve. Como fotógrafa, Fabianne registrava os eventos daquela unidade.
“O paciente tem responsabilidades no tratamento, que é principalmente se manter confiante”, declara a publicitária.
Foram dois anos até a completa recuperação. Hoje, com 47, ela busca transmitir uma mensagem positiva e inspiradora àqueles que passam pelo mesmo.
“Acho que desmistificar o câncer ajuda quem tem que enfrentá-lo”, afirma.
Fonte: Metropole