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segunda-feira, julho 8, 2024
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Maio Cinza e o alerta para um câncer raro

O mês de MAIO é o mês de conscientização sobre o câncer/tumor do Sistema Nervoso Central: um câncer raro, de difícil diagnóstico e tratamento. O mês leva esse nome pela cor predominante do cérebro que tem aspecto acinzentado.

O cérebro e a medula espinhal formam o que chamamos de Sistema Nervoso Central (SNC). Infelizmente, como em todos os outros órgãos do corpo humano, o SNC também pode ser acometido de tumores que nada mais são do que o crescimento de células anormais nos tecidos dessas localizações. O câncer do SNC representa de 1,4 a 1,8% de todos tumores malignos no mundo. Cerca de 88% dos tumores de SNC são no cérebro.

Para efeitos de esclarecimentos e descrições de tratamentos, neste artigo, estaremos falando sobre os tumores que se originam no SNC (tumores primários do SNC) e não de metástases de outros tumores que migram para o SNC.

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCa), as estimativas de novos casos de câncer no SNC para o ano de 2020: seriam de 11.090, sendo 5.870 homens e 5.220 mulheres.

As causas de tumores primários do SNC ainda são alvo de muitos estudos. Entende-se atualmente que essa doença é multifatorial, ou seja, ela é causada pelo somatório de várias alterações genéticas. Algumas dessas alterações são adquiridas durante a vida, por predisposição ou por exposição. Outras são hereditárias e estão presentes em algumas síndromes familiares associadas com tumores do SNC, como uma doença chamada de neurofibromatose.

Os fatores que conhecidamente aumentam o risco são:

•          Exposição à radiação ionizante sem a devida proteção – por exemplo, profissionais que lidam com raio-X, pessoas que se submetem à radioterapia ou a exames excessivos com radiação (tomografia).

•          Deficiência do sistema imunológico – seja ela causada pelo vírus HIV (ou pelo uso de medicamentos ou drogas que suprimem o sistema imunológico.

Muitos outros possíveis fatores de risco para o desenvolvimento desses tumores já foram estudados, mas até hoje não se confirmou sua relação com a doença. Entre eles: traumatismos na região da cabeça, várias substâncias químicas (entre elas alguns derivados do petróleo), consumo de aspartame (tipo de adoçante artificial).

Alguns trabalhos tentaram relacionar a exposição excessiva à telefonia móvel ou mesmo à proximidade com as antenas nas cidades – ou seja, a radiação ou radiofrequência que o aparelho emite/recebe, e transformadores/cabos de alta tensão (ondas eletromagnéticas) com um possível aumento de risco de tumores do SNC, mas até agora nada ficou estabelecido com segurança.

Recentemente, um grande artigo de revisão, publicado em revista de renome científico internacional (Journal of National Cancer Institute – JNCI J Natl Cancer Inst (2022) 00(0): djac042), com a atualização de dados de entrevistas com 1,3 milhões de mulheres, nascidas entre 1935 e 1950. Os dados mostraram que, comparando os pacientes que não-usavam celular com aqueles considerados de uso intenso, não foi encontrado diferença estatística entre os grupos. O estudo conclui que, baseado nos dados atuais, não encontraram evidência de aumento no número de casos.

Texto baseado em acesso ao Instituto Nacional do Câncer (www.inca.gov.br)
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