Quando um tratamento médico é humanizado, costuma ajudar e muito os pacientes. Em especial, as crianças. Assim, entre super-heróis e princesas, os técnicos do Instituto de Radiologia (InRad) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP) estão conseguindo excelentes resultados de adesão de crianças ao tratamento de câncer, com uma iniciativa bem simples: a customização das máscaras usadas durante as sessões de radioterapia. Criado em 2019, o projeto já beneficiou cerca de 235 crianças e promoveu uma significativa redução da sedação dos pacientes, com queda de 32%.
“O projeto foi inspirado em modelos de hospitais norte-americanos e a prática documentada em estudos científicos, como uma pesquisa realizada pela International Journal of Radiation Oncology”, disseram os técnicos do InRad, Robson Souza e Katia Brito.
Essas máscaras termoplásticas são obrigatórias nas sessões de radioterapia, tanto para adultos quanto para crianças, servindo para imobilizar o paciente para que a radiação ionizante seja direcionada corretamente ao tumor. No caso das crianças, às vezes, é necessário o uso de sedativos, que podem provocar efeitos colaterais como irritabilidade, alterações de sono e de alimentação. Se vem customizadas, com temas que elas podem escolher, ajudam a relaxar e a absorver melhor as recomendações dos técnicos que explicam a importância de ficar na mesma posição, sem se mexer, durante a sessão. Ao final, as crianças ainda recebem uma fantasia, e um certificado após a conclusão do tratamento.
De acordo com os técnicos, o próximo passo é publicar os dados levantados desde o início do projeto e apresentar os resultados positivos em congressos de saúde.
Fonte: Veja saúde